(1’26” / 337 Kb) – Em Buenos Aires, capital da Argentina, tem início nesta quarta-feira (28) o maior julgamento de crimes de violações de direitos humanos cometidos durante a ditadura militar do país (1976-1983). São 68 pessoas acusadas de assassinatos, torturas e desaparecimentos políticos realizados na Escola de Mecânica da Armada (ESMA). Na época, o local abrigava o maior centro clandestino de prisão e tortura do país.
Serão julgados militares da Marinha e do Exército, policiais federais e funcionários da Prefeitura Naval e do Serviço Penitenciário. Além de dois civis, um advogado é acusado de participar de torturas e assassinatos e o outro é o ex-ministro de Economia durante a ditadura, José Alfredo Martínez de Hoz.
Pela primeira vez irão a juízo pessoas ligadas aos desaparecimentos conhecidos como “voos da morte”, em que militares ou seus subordinados sedavam presos políticos e os jogavam do alto de aviões no mar ou no Rio da Prata. Passarão pelo júri oito pilotos e tripulantes acusados de 50 homicídios desse tipo.
O julgamento deve durar dois anos, serão ouvidas cerca de 900 testemunhas sobre casos de 789 vítimas, das quais aproximadamente um terço é sobrevivente. Dos 68 réus, 16 já foram condenados, em 2011, por crimes cometidos na ditadura, como roubo de bebês, assassinatos e torturas.
De São Paulo, da Radioagência NP, Vivian Fernandes.
28/11/12
*Com informações do Opera Mundi.