Um artigo de cientistas na Califórnia (EUA), que será publicado nesta sexta-feira, pela revista Science afirma que um anticorpo, descoberto há uma década por pesquisadores austríacos em um paciente cujo organismo era capaz de resistir ao HIV, reconhece e ataca o vírus causador da Aids.
Os pesquisadores descobriram um anticorpo no sistema de imunidade humano que permite detectar as mutações que tornam o HIV capaz de se livrar das defesas do organismo e se ligar aos glóbulos brancos. O HIV se defende das respostas dos sistema de imunidade do organismo através de diversas mutações e se multiplicando rapidamente.
Daniel Calarese e seus colegas no Instituto Scripps de Pesquisa em La Jolla (Califórnia) analisaram a maneira como o anticorpo 2G12 desmascara os diversos formatos do HIV com uma eficácia que promete ser um um caminho para uma possível vacina.
Segundo o artigo, os pesquisadores demonstraram como a estrutura tridimensional única do 2G12 e sua composição bioquímica lhe permitem ligar-se à superfície do HIV com um “filtro” de carboidratos que normalmente impede que os anticorpos se liguem com uma proteína específica, a gp 120.
A inusitada configuração do anticorpo inclui uma superfície de união ampla que o torna capaz de reconhecer e se ligar com os carboidratos, que normalmente não são detectados como invasores pelos anticorpos humanos.
Os pesquisadores afirmaram que “uma compreensão molecular da união destes anticorpos poderia facilitar o desenvolvimento de uma vacina contra o HIV”. A Aids, detectada no início da década de 1980, já causou a morte de 25 milhões de pessoas no mundo todo.