Aniversário da capital reviveu Tropicalismo no Teatro Renascença

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Publicado Domingo, 25 de Março de 2012 às 05:25, por: CdB

25/03/2012 11:23:47

Um recorte em três décadas da música brasileira deu o tom dos quatro shows da noite de sábado (24) dentro das comemorações da 53ª Semana de Porto Alegre no Teatro Renascença.

A primeira apresentação da noite foi do cantor e compositor porto-alegrense, Hermes Aquino, a partir das 21h. Hermes Aquino é autor da canção Nuvem Passageira, grande sucesso desde a década de 1970, e um dos raros representantes gaúchos no Tropicalismo (tema da palestra do professor Flávio Azevedo, pouco antes, ali mesmo no Centro Municipal de Cultura).

Aquino fez parcerias com Tom Zé (Você Gosta?, gravada em 1969) e Laís Marques (como Sala de Espera, participante do 4º Festival Internacional da Canção, também em 1969). Na apresentação, cantou músicas de sua autoria e outras que fizeram parte de suas influências, além de uma composição sua em parceria com o poeta Luiz Coronel, Porto Alegre, Porto Alegre, em homenagem ao aniversário da cidade. O produtor Airton dos Anjos, famoso pelo apelido Patinete, era só superlativos: “Rapaz, eu esperava há anos por um momento destes. Foi um presente e tanto pra mim, que dirá pra cidade e essa moçada toda ver juntos tantos criadores e crias do Tropicalismo!”

Às 22h30, foi a vez de Jorge Mautner e Nelson Jacobina subirem ao palco. Mautner fez juz à fama de figura icônica, ao mesmo tempo iconoclasta, uma espécie de totem que não se leva a sério. Mautner foi outro, entre tantos, que se exilou com Caetano Veloso e Gilberto Gil enquanto morou em Londres, em 1970. No retorno ao Brasil, conheceu Nelson Jacobina, com quem compôs várias músicas, com destaque para Maracatu Atômico, sucesso na voz de Gilberto Gil e mais tarde com Chico Science, além de O Vampiro e Olhar Bestial, Homem Bomba, Manjar de Reis e Eu Não Peço Desculpa, gravado em dueto com Caetano Veloso.

Tonho Crocco subiu ao palco às  23h50, apresentando o show da tournê de lançamento de seu último álbum, O Lado Brilhante da Lua. Tonho Crocco foi vocalista das bandas Ultramen, DeFalla, Black Master, Casa da Sogra e da Big Band Tonho Crocco & Brazilian Sound Machine, além de ter participado de coletâneas, cds e dvds de artistas como Nando Reis e Papas da Língua.

"O título é uma homenagem ao 'The Dark Side of the Moon' do Pink Floyd, também em cartaz na cidade nessa semana cheia de comemorações. Mas como uma visão iluminada da vida; algo como ''The Bright Side of Tonho'. Ao invés de temas sombrios e introspectivos quis inaugurar meu começo autoral com felicidade e libertação'' contou o cantor à plateia que lotava o Renascença.

Jupiter Maçã encerrou a noite com um apanhado de diferentes fases de sua carreira, a partir das 1h. Sob a alcunha de Flávio Basso, o cantor foi integrante de bandas como TNT (com quem tocou até 1994) e Cascaveletes (com o último compacto lançado em 1992). Desde então em carreira solo, lançou três albuns, dentre os quais A Sétima Efervescência, aclamado pela crítica, e eleito pela Rolling Stone Magazine como um dos 100 discos brasileiros mais importantes da história. Jupiter transita livremente do pop ao rock, ao Tropicalismo e à Bossa nova, e numa apresentação vigorosa mostrou porque mereceu elogios de artistas como Caetano Veloso.


/semanadeportoalegre

Texto de: Marcelo Oliveira
Edição de: Pedro Fernando Garcia de Macedo
Autorizada a reprodução dos textos, desde que a fonte seja citada.

    
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