A América Latina deve tornar-se atraente para entrar em um “concurso de beleza” e obter o olhar de investidores que estão sendo fisgados por China, Índia e alguns países socialistas, afirmou o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
– Existem competidores muito atraentes. A China está levando 40 por cento dos investimentos privados e algo semelhante está acontecendo na Índia e nas economias socialistas – disse Enrique Iglesias em entrevista a uma rede de televisão na noite de quarta-feira.
Nas últimas duas décadas, a China, país socialista, realizou duras reformas, que incluíram abrir suas fronteiras ao capitalismo, e resultaram em uma forte expansão de sua economia.
Por sua parte, a Índia mostrou melhoras significativas após um plano de liberalização iniciado em 1991, que abriu caminho para a entrada de investimentos, especialmente em infra-estrutura.
– Alguém disse que a busca de investimentos é como um concurso de beleza, então (a América Latina) tem que estar em boas condições para atrair os investidores – afirmou Iglesias.
O BID estima que a América Latina crescerá entre 3,8 e 4,0 por cento este ano.
– Estamos crescendo pouco em geral na América Latina. Se vejo países como Coréia e Tailândia, que viram fortes retrações e agora crescem a 7 e 8 por cento, (acho que) temos que recompor a taxa de crescimento e isso não é fácil. É preciso cuidar da macroeconomia e facilitar os investimentos – acrescentou ele.
Iglesias prevê que o Brasil, a maior economia da região, crescerá 3,5 por cento este ano após a contração de 0,2 por cento em 2003.
– O Brasil passou por um período de grandes dúvidas sobre como seria o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e acredito que demonstrou grande seriedade na condução da economia e deu confiança aos mercados.