O presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, afirmou neste sábado, que “ainda existem oportunidades para a paz” e advertiu que se os Estados Unidos e seus aliados atacarem unilateralmente o Iraque, quem vai perder é a Humanidade.
“Seria uma derrota para a humanidade e para as instituições que foram criadas após uma guerra para evitar outras guerras”, disse Duhalde no espaço radiofônico “Conversando com o presidente”, que é transmitido todos os sábados pela Rádio Nacional.
Duhalde reiterou neste sábado a posição de seu Governo, contrária a uma intervenção no Iraque por parte dos Estados Unidos, que acusa o regime de Saddam Hussein de colocar em perigo a estabilidade e a segurança mundiais com armas de destruição em massa.
Os Governos do Reino Unido e da Espanha, entre outros, apóiam a decisão do presidente George W. Bush, enquanto os da Alemanha e da França se opõem a uma guerra.
“O pacifismo deve ser uma postura militante” por parte da Argentina, afirmou o chefe de Estado argentino, que disse que se nega “a dar por fato a guerra”.
Para Duhalde, cuja postura contrasta com a qual manteve Carlos Menem durante seus dez anos na presidência (1989-1999), nos quais seguiu uma política pró-Estados Unidos que seu chanceler definiu como de “relações carnais”, a solução do problema com o Iraque “deve ser encontrada através das Nações Unidas”.
“É repudiável o terrorismo e o condenamos, mas também condenamos a guerra”, disse o presidente argentino.
Em caso de guerra, a Argentina se ofereceu apenas para colaborar com ajuda humanitária se as Nações Unidas precisarem, enquanto em 1991, na guerra do Golfo, onde ocorreu a invasão do Kuwait por tropas iraquianas, enviou dois navios de guerra para área.