O cenário dessa irreal história real é um planeta pobre, mas acredite: está chovendo dinheiro. Dólar, libra, euro, tanto faz, é grana que não acaba mais. Neste momento já está todo mundo pensando no próximo contrato - bilhões de reais correm pelos campos de futebol.
Os ricos cada vez mais ricos e os pobres disputando migalhas. Um verdadeiro delírio mercadológico. Ronaldinho tira mais de R$ 3 milhões por mês no Barça, um apartamento de dois quartos ou um carro esportivo por dia. Isso sem somar os contratos publicitários: são mais de 12 horas por mês gravando comerciais. Não perca a conta. Luxa ganha R$ 1,1 milhão por mês - R$ 500 mil no Santos mais R$ 600 mil do Real pela quebra de contrato. É muito poder para um bolso só, não é? Amoroso se recuperou e virou ídolo no São Paulo, amado, respeitado, R$ 150 mil em dia, porém... Foi para o Milan ganhar mais, mesmo que for para sumir na reserva.
E o Luizão? Muda de time como muda de camisa. Dinheiro na cabeça e empresário no coração. O Vágner Love foi passar frio na Rússia - ganância ou desinformação? Eis a indústria do ídolo: paixão, amor pela camisa, há-há-há, vale mais o sucesso. Fa-tu-ra-men-to! Ah, a Copa vai movimentar R$ 3,5 bilhões na economia brasileira; o campeão levará R$ 43 milhões. Fique tranqüilo, relaxe, essa fortuna não vai passar nem perto de você - quem mandou estudar? Deveria ter jogado mais.
Caros e caríssimas, por que Deus não nos ensinou a driblar?
Rogério Nottoli é editor do site Fatto Olé