Afegãos desembarcam em Papua Nova Guiné

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Publicado Segunda, 03 de Setembro de 2001 às 09:16, por: CdB

Duas barcaças pequenas foram usadas na operação realizada na costa das Ilhas Christmas, território australiano no Pacífico. O transporte aconteceu em grupos de 20 a 30 pessoas e durou cerca de seis horas para ser concluído. Os 433 refugiados, a maioria procedente do Afeganistão, embarcaram no HMAS Manoora rumo a Port Moresby, em Papua Nova Guiné, em uma viagem que deverá se estender por entre seis a 10 dias. De lá, cerca de 150 serão levados de avião para a Nova Zelândia e o restante, para a ilha de Nauru, onde passarão por um processo de cadastramento e terão seu status de refugiado decidido. Os asiáticos estavam isolados na costa das Ilhas Christmas desde que foram resgatados pelo Tampa, em 26 de agosto, quando o navio em que viajavam, de bandeira indonésia, começou a afundar. O grupo, então, forçou o capitão do Tampa a rumar para águas territoriais australianas. O problema é que a Austrália negou permissão ao navio norueguês para atracar, deixando os passageiros ao relento. O governo australiano também enviou soldados para o navio, a fim de impedir que os asiáticos entrassem nas praias do país. A operação militar desencadeou críticas pesadas por parte da comunidade mundial. Agora, um tribunal federal de Melbourne analisa um pedido para que o status de refugiados seja determinado na Austrália. Enquanto isso, porém, o advogado que representa os ocupantes do navio concordou com a transferência até Port Moresby. O acordo sobre a transferência foi anunciado após conversações entre grupos de defesa dos direitos humanos e o governo australiano, que entraram a madrugada desta segunda-feira. O primeiro-ministro da Austrália, John Howard, afirmou que o Manoora é bem mais confortável do que o navio norueguês que estava abrigando os refugiados. "É maior e tem amplas instalações médicas a bordo", assegurou o premier. Se a corte de Melbourne decidir a favor dos asiáticos e todos os recursos forem esgotados, o governo australiano, então, cadastrará os refugiados por meio do sistema de imigração.

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