O homem que confessou ter matado o casal de norte-americanos Todd e Michelle Staheli, no Rio de Janeiro, passou a ser considerado testemunha-chave da investigação sobre o assassinato do executivo da Shell, informou a Secretaria de Segurança dos Estado no fim da noite de sexta-feira.
Jossiel dos Santos, 20, passa agora a receber proteção especial. “Ele ficará sob o programa de proteção à testemunha da Secretaria de Direitos Humanos, por isso ele veio prestar depoimento aqui (na Secretaria de Direitos Humanos)”, disse o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho.
“Ele agora tenta envolver outras pessoas, vamos ver se com a colocação dessas duas novas pessoas se são verdadeiras ou não”, acrescentou.
Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, após ter confessado na quinta-feira ser o assassino do casal, Jossiel voltou atrás e negou ser o autor do crime.
Ele afirmou ainda ter recebido 40 mil reais de dois homens para mostrar como invadir a casa dos Staheli, de acordo com a assessoria.
“Ele deu uma nova versão do caso e tem duas pessoas interessadas em que ele morra”, disse o assessor de imprensa da secretaria, Renato Homem, justificando a proteção dada a Jossiel.
Apresentado na quinta-feira pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro como o autor do crime, Jossiel estava detido na Delegacia da Barra da Tijuca após tentar invadir uma casa no condomínio onde as vítimas moravam. Na sexta-feira, deixou o local acompanhado por dois defensores públicos para depor na Secretaria de Direitos Humanos do Estado.
Nesta sexta-feira, o juiz da vara de plantão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Renato Barbosa, negou o pedido de prisão de Santos. Em despacho o juiz alegou que Santos foi preso ilegalmente porque não foi acompanhado por um advogado; que não há provas de que ele realmente é o assassino e sua confissão não é suficiente para tornar legal sua detenção.
Mais tarde, um segundo pedido de prisão apresentado pela Secretaria de Segurança foi negado. A juíza Maria Angélica Guerra Guedes, do 4o Tribunal do Júri, responsável pela decisão, argumentou que o segundo pedido não trouxe nenhum elemento novo e pela Constituição ele não poderia ficar preso.
Todd e Michelle Staheli foram mortos em 30 de novembro do ano passado em casa enquanto dormiam.