Absolvido delegado acusado por morte de missionário

O Tribunal do Júri Federal em Mato Grosso absolveu, por seis votos a um, o delegado aposentado da Polícia Civil Ronaldo Antônio Osmar, acusado de ter sido o mandante do assassinato do missionário jesuíta Vicente Canãs. O crime ocorreu em abril de 1987.
 
Representantes de entidades religiosas, indigenistas e de direitos humanos acompanharam o julgamento.

O procurador da República Mário Lúcio Avelar fez a acusação e pediu a condenação do réu. O advogado Paulo Machado Guimarães fez o trabalho de assistente da acusação. Atuaram na defesa os criminalistas Zoroastro Teixeira e Waldir Caldas.

Vicente Canãs tinha 66 anos quando foi encontrado morto no barraco de madeira que habitava, na floresta próxima ao município de Juína, 700 quuilômetros ao norte do Estado. Ele chegou na área na década de 70 para prestar assistência aos índios da tribo Enawenê-Nawê. O padre teria sido morto a mando dos fazendeiros que não aceitavam sua atividade na área.
 
A Justiça Federal deu inicio ao julgamento dos acusados mais de 19 anos depois.. Eram seis réus ao todo. Dois já morreram e dois se livraram da ação penal porque foram beneficiados pela prescrição.

No julgamento inocentaram o delegado por seis votos a um. A própria acusação reconheceu  que a prova contra Ronaldo Osmar era muito frágil. A Procuradoria vai apelar ao Tribunal Regional Federal, em Brasília, pedindo novo julgamento do delegado.